Comunicação e Liderança no Futebol

 

 

A comunicação é um dos aspectos mais importantes para a construção e manutenção de um grupo de jogadores e comissão técnica de futebol que tenha efetividade. Ela pode ser realizada de diversas formas: escrita, falada, não verbal, direta ou indireta, presencial ou à distância, sendo que deve estar adequada ao conteúdo, ao momento, a distância, o local, o emissor e o receptor. Interfere diretamente na eficácia de colocar em prática as ideias. Quando a comunicação de um plano ou comando é bem entendido, aproxima o processo de execução do planejado, retornando melhores níveis de eficiência de quem os realiza.

Aspectos importantes como união, espírito de equipe, compartilhamento de tarefas, atitudes de colaboração e cooperação, respeito à hierarquia e comando, dependem da qualidade da comunicação entre os integrantes para serem bem sucedidos. Existe um elevado grau de insucesso em grupos de trabalho em razão da ineficiência da comunicação entre os integrantes. Sempre que a comunicação não é bem feita existe maior chance de atraso para executar uma tarefa, a mensagem pode não ser entendida e, portanto, não ser atendida, pode atrapalhar o que já funciona e aumenta a possibilidade de retrabalho .

Ao mesmo tempo que a comunicação é parte fundamental para os integrantes de um departamento de futebol se entenderem, a relação de poder e comando entre os participantes também impacta na melhor forma de tratar os problemas e construir soluções. Existem dois tipos de perfil de comando: perfil de chefia e perfil de liderança.

Os grupos que conseguem formar uma relação de líder e liderados gera um maior envolvimento e comprometimento dos subordinados. A relação estimula a auto regulação das competências, onde cada integrante tende a mostrar maior interesse em desempenhar seu trabalho com afinco, esmero, excelência, fazendo o trabalho da equipe ser mais equilibrado, não sobrecarregando ninguém e gerando excelentes níveis de confiança entre todos. Os jogadores se sentem valorizados em suas participações, suas expectativas e objetivos pessoais tendem a ser mais atendidos e isso leva a um estado geral maior de bem estar.

Os grupos com comando de perfil de chefia tendem a ter o trabalho mais dependente de ordens, com tarefas continuamente sendo determinadas pelo chefe, não deixando o processo ser conduzido por mecanismo de subconcessão de poder. Assim, muitos integrantes não assumem uma postura participativa em encontrar soluções e aprimorar meios de fazer as coisas, ficando totalmente dependente de novos comandos. É um sistema desgastante de administração de grupo, sobrecarrega treinadores e comissão técnica e gera menor comprometimento dos jogadores com o resultado a ser conquistado.

Para se tornar um líder, o comandante deve ficar atento a certos aspectos como:

  • transmitir os objetivos institucionais e oportunizar o direito de opinar e contribuir para a elaboração e execução do plano;
  • estar atento às dificuldades dos integrantes do grupo para poder proativamente colaborar para superar essas dificuldades;
  • manter uma conduta que sirva de referência para os liderados;
  • valorizar a participação dos liderados dentro de princípios éticos respeitando a capacidade de cada um;
  • assumir a responsabilidade de representar, explicar e justificar o que o grupo planeja e realiza nas interações com agentes externos.

Assim, uma liderança positiva e boa comunicação estão intrinsecamente conectadas.

 

Autor: Alexandre Chemello