Improvisar no Futebol

 

 

“Muitas vezes ao lidar com outras pessoas, nós precisamos flexionar as regras. Lidar com outras pessoas demanda um tipo de flexibilidade que nenhum conjunto de regras pode englobar. Os sábios sabem como e quando curvar as regras. Os sábios sabem como improvisar.” Aristóteles

 

É fato que o futebol é um esporte de inúmeros movimentos de difícil previsibilidade, onde os atletas são exigidos de muitas formas para poderem ter êxito no que pensam e fazem. Para isso, um dos caminhos para preparar um jogador passa por estimular a mente e o corpo a executar movimentos que, durante uma partida de futebol, são classificados como de improvisação.

 

Planejar movimentos individuais inseridos em um plano de movimentação tática do time faz parte de uma partida de futebol do início ao fim. Os jogadores trabalham para defender e atacar a todo momento e as melhores escolhas são aquelas que mais se aproximam do objetivo da equipe.

 

A maior parte do tempo os jogadores colocam em prática os padrões de habilidades, todavia, se o enfrentamento entre as equipes é muito equilibrado, a possibilidade de um time superar o outro está em momentos rompantes, de lampejo, de inspiração do jogador.

 

É digno de um atleta, a todo instante, identificar antecipadamente, em frações de segundo, de forma súbita, a trajetória da bola, a trajetória do adversário, o posicionamento dos companheiros e as adversidades do campo, e tudo isso inserido numa estratégia de jogo.

 

Trabalhar para que o jovem, desde as idades iniciais de contato com a bola, seja estimulado a improvisar, usar de sua criatividade, nas condições que dispõem, mental e física, é fundamental. Para isso, os treinadores devem reservar um momento das aulas para que os alunos deem suas soluções, tentem e façam diferente, sem serem induzidos pelas instruções do professor. Fica de responsabilidade do professor elaborar exercícios para isso, cenas típicas de um jogo, adequando ao nível de desenvolvimento do aluno.

 

Cabe às escolas de futebol de base inserir nos seus planos de ensino esse objetivo de estimular o improviso, um relampaguear no cérebro, sem prévia combinação, para deixar o futebol mais perto da arte e, assim, quando chegar a idade adulta, o jogador de futebol estar melhor preparado para saber enfrentar as adversidades do jogo com segurança, convicção, entusiasmo e impetuosamente  tomar as decisões que farão a diferença para vencer.

 

Autor: Alexandre Chemello